Como nasceu a Embraer – A história de uma startup brasileira

Atualmente, a Embraer é o terceiro construtor de aviões mais importante do mundo. Até alguns anos atrás, estava em pé de igualdade com a Bombardier, construtora canadense, tanto no mercado comercial quanto no executivo, que acabou sendo adquirida pela gigante Airbus.  Agora, a Embraer está no meio de uma fusão de sua divisão de Jatos Comerciais  com a Boeing. Mas como nasceu a Embraer?

Normalmente, o Brasil não é o primeiro país a se pensar quando o assunto é fabricar aviões comerciais. Pelo menos não com sucesso. No entanto, ao longo de sua história, a Embraer entregou 2.125 aviões comerciais das famílias Embraer 170/175/190/195 e ERJ 135/140/145.

Outros países falharam onde o Brasil continua tendo sucesso. Países, como Japão, China e Rússia, ainda estão tentando estabelecer suas próprias indústrias de aviação comercial. Mas estão à anos de distância do que o Brasil conseguiu realizar.

Portanto, para o governo brasileiro e a sociedade brasileira, ter a Embraer é um ponto de orgulho nacional. É evidência de acertados investimentos na indústria aeronáutica pelo país sul-americano, e isto tem início nos anos Cinquenta.

Oficialmente, a Embraer foi fundada em 19 de agosto de 1969, e as atividades da nova empresa começaram em 2 de janeiro de 1970. Mas a idéia de criar uma indústria de aviões brasileira teve início algumas décadas antes.

Em 1941, durante o governo do presidente de Getúlio Vargas criou-se o Ministério da Aeronáutica. Esta organização tinha a intenção de desenvolver, expandir e coordenar as atividades técnicas e econômicas da aviação nacional. Nessa época, o Brasil já tinha algumas companhias aéreas como Varig e Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul.

Na década seguinte, foi criado o Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Nesta nova escola, formou-se em engenharia aeronáutica,Ozires Silva, que viria a fundar a Embraer.

Segundo a Embraer, Ozires era “um jovem inquieto e visionário” que ajudou no desenvolvimento do Bandeirante, uma aeronave de projeto e fabricação brasileira que teve seu primeiro voo em 1968. Então, Ozires Silva lançou, com a ajuda do governo, uma nova empresa de capital misto.

A nova empresa brasileira introduziu várias modificações no Bandeirante. Isso levou à criação da primeira família comercial da Embraer, o EMB 110, que foi um sucesso total, com quase 500 Bandeirantes produzidos entre 1970 e 1990.

Até hoje, mais de 100 ainda estão em uso em todo o mundo, principalmente com as Forças Aéreas. Este modelo tinha capacidade para 18 passageiros, alcance de 1.060 milhas náuticas (1.964 quilômetros) e velocidade de cruzeiro de 411 km / h. De acordo com o censo da Flight Global em 2019, havia 42 EMB-110 ainda em uso comercial no ano passado.

Após o EMB-110, a Embraer construiu o EMB-120, também conhecido como Brasilia. Nos anos 90, a empresa brasileira finalmente introduziu a família ERJ e, no início dos anos 2000, anunciou o programa E-Jets, e atualmente vende seus jatos comercias para uma grande número de companhias aéreas de todo o mundo. Em 2019, a Embraer e a Boeing anunciaram um acordo de compra, onde a Boeing adquiriu 80% da divisão comercial da Embraer, justamente para poder competir com a Airbus, e sua também recente aquisição da linha de jatos comerciais da Bombardier.